Subcomitê Águas da Moeda discute esgotamento sanitário do bairro Jardim Canadá

03/08/2023 - 14:50

Na última terça-feira (1), em reunião ordinária virtual, o Subcomitê Águas da Moeda ouviu da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) qual é a situação atual do esgotamento sanitário do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, questão que vem se arrastando ao longo dos anos. Os conselheiros também puderam acompanhar o andamento do Projeto Nascentes Vivas, bem como foram apresentados ao Projeto Ação Coletiva de Impacto no Córrego Fundo.


A Engenheira da Copasa, Clecilaine Santos Pegnolato, apresentou os índices de saneamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Jardim Canadá. Inaugurada em 2007, a estação tem capacidade de tratamento de 18,5 litros por segundo, mas já há ampliação prevista para que essa capacidade seja de 50 litros por segundo. “Hoje temos 99,96% de índice de abastecimento de água, 98,51% de coleta e 95,62% de tratamento desse esgoto. Estamos implantando um tratamento físico-químico, que vai trazer um grande ganho para o tratamento final do mês. Com relação à Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), estamos atendendo entre 50% e 55% do exigido”, comenta.

Clecilaine também destacou que ainda há moradores e empresas que não aderiram à rede da Copasa, o que tem causado impactos na qualidade da água. Nesse caso, quem teria o poder de compelir quem ainda não trata seus efluentes seria a Prefeitura de Nova Lima.

Uma queixa compartilhada na reunião por membros da sociedade civil foi o cheiro de esgoto e a presença de espuma no Córrego de Fechos. Camila Althertum, conselheira do Subcomitê e representante do Instituto Cresce, celebrou os índices apresentados pela Copasa, porém, ressaltou a necessidade de que a sociedade civil seja recebida pelo poder público para discutir a qualidade dos cursos d’água da região. “Reforçar que a gente está aqui querendo somar esforços, mas a gente se sente absolutamente excluído de debates profundos que estão acontecendo dentro dos gabinetes, dentro de políticas que excluem a população local dos debates sobre a questão da qualidade e da quantidade de água. Nós somos muito pouco ouvidos. A sociedade civil é constantemente excluída desses processos. Então, eu solicito que a Copasa, que a Prefeitura de Nova Lima, tenham um representante que de fato integre o Comitê de Bacia”, finalizou.



Projeto Nascentes Vivas

Está em andamento na Unidade Territorial Estratégica (UTE) Águas da Moeda o Projeto Nascentes Vivas, que promove ações estruturais e estruturantes em nascentes urbanas na bacia do rio do Peixe, em Nova Lima. Maria Glória, Diretora da empresa Scientia Vitae, apresentou o status do projeto, que já possui três produtos entregues: o plano de trabalho, o diagnóstico socioambiental e o cadastro e caracterização de nascentes. Segundo ela, no momento estão sendo realizadas uma série de oficinas chamadas “Saberes e Sabores”, que leva à população da UTE conhecimentos sobre plantas medicinais e outras práticas ligadas à terra.

Projeto Ação Coletiva de Impacto no Córrego Fundo

Rafael Aguilar, do Instituto Bacia Viva, apresentou uma proposta de ação emergencial para diminuição de material orgânico no Córrego Fundo. Baseada numa tecnologia japonesa, a ação pretende lançar no rio bactérias que se alimentam justamente desse material orgânico, aumentando a DBO e trazendo de volta a vida para o rio. Essa técnica é chamada de biorremediação. “É de conhecimento das cidades que o aumento da população acarreta também no aumento da produção de esgoto. É o que acontece no Jardim Canadá. Mas comunidades buscam alternativas para reduzir a poluição das águas, e agora encontram um grande aliado. O Instituto Bacia Viva propõe uma ação coletiva de impacto como o primeiro passo para regeneração das águas do Córrego Fundo. A proposta é lançar microrganismos eficazes que se alimentam de matéria orgânica. Essas ‘bactérias do bem’ devoram a poluição, acabando com mau cheiro e restabelecendo a qualidade das águas através de biorremediação. É utilizado no Japão há mais de 30 anos, onde foi criado e desenvolvido, e hoje é usado em mais de 120 países. Ela fortalece o tratamento convencional e é tão simples que facilita a universalização do saneamento básico”, celebra.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Leonardo Ramos
Foto: Bianca Aun