Subcomitê Ribeirão Onça apoia luta de moradores de BH pela criação do Parque Mata do Planalto

08/10/2020 - 14:09

O Subcomitê Ribeirão Onça defende a criação do Parque Mata do Planalto – uma área de 300 mil m² que é um dos últimos resquícios de Mata Atlântica na capital mineira e que pode virar um grande empreendimento imobiliário. Por isso, enviou um ofício à Prefeitura de Belo Horizonte em apoio à petição da Associação Comunitária do Planalto e do Movimento Salve a Mata do Planalto que lutam há 11 anos, junto com os moradores da região, para preservar a área.

O coordenador-geral do Subcomitê Ribeirão Onça, Eric Machado, comentou porque a área deve ser preservada. “Como Subcomitê recebemos várias demandas na área ambiental e o movimento em prol da criação do Parque solicitou o nosso apoio. A posição do Subcomitê Onça é defender o meio ambiente. A Mata do Planalto tem uma importância ambiental que deve ser preservada, pois é uma ilha verde em meio a uma região amplamente pavimentada e adensada. Somos a favor da mata.”, afirmou.

A petição on-line pela preservação da Mata do Planalto recebeu mais de 7 mil assinaturas em menos de uma semana. Segundo a representante da Associação Comunitária do Planalto e Adjacências (ACPAD), Magali Ferraz Trindade, que também é uma das organizadoras do movimento Salve a Mata do Planalto, o objetivo é que a petição tenha pelo menos 10 mil assinaturas para que seja apresentada à prefeitura e o local tenha uma proteção legal.

“Estamos às vésperas das eleições municipais e solicitamos ao prefeito [Alexandre] Kalil uma proteção legal da Mata do Planalto, visto que o novo Plano Diretor da cidade enquadra a região como área de preservação ambiental 1, o que permite a construção de empreendimentos em 30% de sua área, ameaçando a sua biodiversidade. A Mata do Planalto é de propriedade privada e existe a intenção de construir um condomínio com 750 apartamentos”.

Ainda segundo Magali Trindade, a Mata do Planalto deve ser preservada em razão da sua biodiversidade. “A mata possui mais de 20 nascentes, cursos d’água e represas, que formam o córrego Bacurau que alimentam o Ribeirão Onça, a bacia do Rio das Velhas e chegam ao rio São Francisco. A área tem mais de 60 espécies de aves, como tucanos, beija-flor, bem como micos e vários répteis, além de flora composta de ipê amarelo, jacarandá-da-bahia e outras espécies ameaçadas de extinção. A área também cumpre a função de corredor ecológico”.

Magali Trindade esclarece que a ideia é que a PBH desaproprie a construtora ou faça uma permuta. “Não queremos que os donos da área sejam lesados. A ideia é que eles sejam desapropriados e indenizados ou então que a prefeitura faça uma permuta com os terrenos púbicos que possui em outras regiões da cidade. A Mata do Planalto deve ser preservada e cuidada, e nós, os moradores, não vamos medir esforços para sua proteção”.

Os moradores reforçam que, caso uma construção seja feita na área, além do desmatamento, as máquinas vão soterrar as nascentes e podem atrapalhar a contribuição de água do rio Bacurau.

A prefeitura informou, por nota, que a área da Mata do Planalto foi objeto de tentativa de licenciamento para um empreendimento na região, mas o processo foi arquivado. Além disso, o novo Plano Diretor estabeleceu a Mata do Planalto como zona de preservação ambiental. Isto significa que a área possui o mesmo tipo de zoneamento aplicado para os parques da cidade.

Sobre a construção de um parque municipal na região, o município informou que até o momento não há um projeto de criação da unidade.

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio