O 12º Encontro de Subcomitês do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) foi encerrado nesta sexta-feira (29) com uma Trilha Eco-literária que teve como pano de fundo a obra do escritor cordisburguense João Guimarães Rosa, além de visita de campo à Gruta do Maquiné.
Promovido este ano em Cordisburgo, no Médio-Baixo Velhas, o encontro reúne os representantes das sub-bacias para aprimorar os processos de gestão participativa, trocar experiências e discutir ações prioritárias.
A Trilha Eco-literária, de aproximadamente 1 km até as margens do Ribeirão da Onça, foi promovida pelo grupo Caminhos do Sertão, liderado por José Osvaldo dos Santos, o Brasinha. Como ele mesmo explicou, “a ideia é mostrar para as pessoas os lugares geográficos reais que tanto inspiraram a literatura do Guimarães Rosa, fazendo paradas em alguns pontos com narrações de textos de alguns dos livros dele. No final, vocês vão perceber o que é sentir na terra do Rosa”.
Pesquisadora que estudou a natureza na obra de Guimarães Rosa, Mônica Meyer, conselheira do Subcomitê Águas do Gandarela, considerou a presença da literatura do escritor no 12º Encontro de Subcomitês um grande diferencial. “Foi um fator não só de mobilização, mas de engajamento. Se o Guimarães Rosa fala que o rio é a alma do sertão, esses momentos que tivemos foram não só de felicidade, mas de reflexão para pensarmos a literatura não como ilustração, não como enfeite, não como decoração, mas a ‘ave-palavra’ que pode nos tocar e nos levar a uma reflexão que ultrapasse uma dimensão reducionista da natureza, uma visão da natureza apenas como recurso natural, como uma mercadoria. A água é muito mais do que isso”, falou.
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O Maquiné
Ainda pela manhã, antes mesmo de os conselheiros retornarem para cada uma das suas cidades de origem, o 12º Encontro de Subcomitês foi oficialmente encerrado com uma visita de campo à Gruta do Maquiné. Inserida no Monumento Natural Peter Lund, a gruta é uma das mais belas e visitadas cavernas de calcário do país. Cavidade natural subterrânea de grau de relevância máxima, a Gruta do Maquiné possui importância histórico-cultural e científica por abrigar sítios arqueológicos pré-coloniais e históricos, sedimentos de importância paleontológica e espécies de animais adaptados à vida dentro de cavernas.
O significativo volume dos seus condutos e salões, associado à presença de conjuntos de estalactites e estalagmites de grande beleza cênica, renderam exaltadas descrições por parte de ilustres pesquisadores ou literatos – tais como Peter Wilhelm Lund, Álvaro da Silveira, Afonso de Guaíra Heberle e o próprio Guimarães Rosa. Estas características fazem de Maquiné uma das cavernas mais conhecidas do Brasil.
O conselheiro do Subcomitê Rio Taquaraçu, Adelson Fernandes, aprovou a visita. “Lugar lindo, maravilhoso, vale a pena vir e explorar esse lugar. Precisamos praticar e incentivar esse ecoturismo de toda forma, principalmente dentro do nosso estado, que é cheio de riquezas. Tenho certeza que todos aqueles que vierem ficarão encantados com o município de Cordisburgo e com o passeio na gruta”, celebrou.
Para saber mais e conhecer a Gruta do Maquiné, acesse o site.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Leo Boi