O Subcomitê do Rio Itabirito, que integra o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), recebeu equipe da mineradora Vale para explicar o plano de descomissionamento das barragens Forquilhas e as obras de construção do muro de contenção no município. As informações foram repassadas durante reunião mensal do grupo realizada na última quinta-feira (12), no Parque Ecológico de Itabirito.
Desde fevereiro do ano passado, após o rompimento da barragem da Mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, as atividades minerárias da Mina de Fábrica da Vale, que abrange os municípios de Ouro Preto, Itabirito e Congonhas, foram interrompidas e a empresa iniciou o planejamento para o descomissionamento das barragens Forquilhas (I, II, III e IV). Os técnicos da empresa afirmaram que é feito o monitoramento diário das condições das estruturas, por exemplo, com a coleta de amostras em pontos de bombeamento próximos às chamadas ZAS (zonas de autossalvamento), para análise da qualidade e da turbidez da água, a fim de garantir a segurança das unidades e principalmente da população.
O diretor de projetos da Vale, Luiz Otávio Costa, também explicou sobre as obras de construção de um grande muro, em Itabirito, que tiveram início em maio de 2019. O objetivo é reforçar as medidas de segurança, buscando conter os rejeitos no caso de um possível rompimento das barragens da empresa na região. “Populações a jusante [à barragem] estarão seguras a partir da conclusão desse muro”, salientou Costa. Ele terá 60 metros de altura e aproximadamente 350 metros de extensão, e as obras devem terminar no final de junho deste ano. Além de Itabirito, construções semelhantes estão em andamento em Macacos, em Nova Lima, e já foram concluídas em Barão de Cocais. Após completado o muro, a previsão é que o descomissionamento das barragens Forquilhas seja feito em, no mínimo, três anos. Segundo Costa, após esse processo, está programada a desmontagem do muro e a recuperação ambiental da área.
Confira as fotos da reunião:
Instituto Ciranda
Durante a reunião, o gestor sociocultural do Instituto Ciranda da Arte, José Carlos Ferreira, fez uma apresentação sobre o projeto e suas ações em Itabirito a fim de estabelecer uma possível parceria com o Subcomitê do Rio Itabirito. Organização da Sociedade Civil fundada em 2004, a entidade já atendeu a mais de 5 mil pessoas no município. Entre as suas atividades, estão, por exemplo, oficinas de musicalização, capoeira e economia criativa para crianças e adolescentes.
“Há um ano fazemos, dentro do subcomitê, um trabalho com o GEA, que é o grupo de educação ambiental, e agora a gente busca uma instituição já formada para desenvolver um trabalho contínuo”, apontou a coordenadora do Subcomitê do Rio Itabirito, Heloísa França, que também é gerente técnica do Serviço Autônomo de Saneamento Básico (SAAE) de Itabirito. A proposta da parceria, portanto, é formar um programa de educação ambiental voltado para o público infantojuvenil. Nesse sentido, Jeam Alcântara, da equipe de mobilização do CBH Rio das Velhas, reforça que se pretende criar um subcomitê mirim no município, que pode ser constituído com os atendidos pelo Ciranda.
Como o Subcomitê do Rio Itabirito possui membros de diversos instituições e empresas, como Vale, Gerdau, Copasa, Coca Cola, SAAE, Prefeitura, IEF, os representantes se comprometeram a analisar as possibilidades de apoio de cada um a fim de estabelecer um plano para apoio ao Ciranda.
UTE Rio Itabirito
A Unidade Territorial Estratégica (UTE) Rio Itabirito localiza-se no Alto Rio das Velhas, possui uma área de 541,58 km² composta pelos municípios de Itabirito, Ouro Preto e Rio Acima. A população é de aproximadamente 32 mil habitantes. O município de maior porte populacional é Itabirito, que concentra 90,1% do total. Os rios principais são Rio Itabirito, Ribeirão Mata Porcos e Ribeirão do Silva, com extensão de 73 km dentro da área delimitada para a Unidade Territorial.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Ana Paula Martins