Visita à foz do Rio das Velhas encerra 11º Encontro de Subcomitês

01/12/2023 - 15:15

O Encontro de Subcomitês de 2023 do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH Rio das Velhas) foi encerrado, nesta quinta-feira (30), em um dos locais mais emblemáticos e especiais do território: a foz do Rio das Velhas, na confluência com o Rio São Francisco, no distrito de Barra do Guaicuí, em Várzea da Palma.


A bordo de pequenos barcos, cada um dos conselheiros dos Subcomitês pôde conhecer o encontro das águas destes dois importantes cursos d’água. Anfitriã do evento, a conselheira do Subcomitê Guaicuí e presidente da Colônia de Pescadores Artesanais e Aquicultores Z34 de Barra do Guaicuí, Vilma Martins, se disse feliz por receber tantos membros entusiasmados. “Hoje é um dia muito importante para mim. Estou muito feliz, porque aqui acontece o 11º Encontro de Subcomitês e o pessoal está aqui hoje. Estou com a missão de levá-los a conhecer a foz do Rio das Velhas, que é um patrimônio histórico que a gente tem aqui. Eu tenho o privilégio de fazer parte do Rio das Velhas e do São Francisco”, disse.

Em 2023, ao longo de três dias, conselheiros de todos os Subcomitês estiveram reunidos em Pirapora para aprimorar os processos da gestão participativa, trocar experiências e discutir ações prioritárias. Participam do encontro coordenadores dos Subcomitês, coordenadores de Câmaras Técnicas e conselheiros designados.

Presidenta do Comitê, Poliana Valgas também aprovou a dinâmica e a proposta de levar o evento ao Baixo Velhas pela primeira vez. “Esse momento de imersão e de integração dos Subcomitês tem uma importância direta na gestão descentralizada e esse grande encontro tem um papel fundamental para a gestão participativa ao longo da bacia, já que a gente tem a possibilidade de as pessoas que estão nos diversos territórios da bacia contribuírem de forma muito direta em cima das demandas, dos problemas e também das possibilidades e potencialidades que temos”, falou.

Conselheira do Subcomitê Ribeirão Onça e moradora de Contagem, Sirlene Santos também aprovou a integração entre Rio das Velhas e Rio São Francisco no 11º Encontro de Subcomitês. “Esse momento de encontro e reencontro de todos os que lutam pela defesa das águas do Velhas é extremamente importante para fortalecer os vínculos, trocar experiências, traçar novos rumos. Além de trazer o conhecimento que a gente precisa para aprofundar as nossas lutas, é também um momento de reintegração, em que podemos renovar as nossas forças, as nossas energias e ter essa oportunidade de estreitar os laços, literalmente lavando a alma nas águas do São Francisco”.


Confira mais fotos do encerramento do 11º Encontro de Subcomitês:


A foz do Guaicuí

Barra do Guaicuí é um distrito de Várzea da Palma, a 800 metros de onde o Rio das Velhas deságua no São Francisco, sendo um dos principais pontos turísticos da região.

O distrito inspirou várias personalidades do meio cultural. Guimarães Rosa (1908-1967), por exemplo, descreveu Barra do Guaicuí em Grande sertão: veredas, sua obra mais importante, publicada pela primeira vez em 1956. O escritor mineiro escolheu Guararavacã do Guaicuí, como ele se refere ao povoado, para ser o lugar em que Riobaldo Tatarana, o protagonista, descobriu que amava Diadorim, a personagem que que “nasceu para o dever de guerrear e nunca ter medo, e mais para muito amar, sem gozo de amor (…)”.

A Igreja de Pedras Senhor Bom Jesus do Matozinhos começou a ser erguida em Barra do Guaicuí no século 17. Por algum motivo que ninguém sabe explicar, a obra não foi acabada. Há várias teses e lendas sobre o tema. Uma diz que os operários morreram de malária. Outra sustenta que a construção foi interrompida ao se constatar que o leito do Rio das Velhas inundaria o templo em época de enchente.

A Igreja de Pedras – com a gameleira que se formou em suas paredes – é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). O instituto estadual usou o depoimento de Richard Burton, um viajante que percorreu a região na década de 1860, como parte do conteúdo que justificou o tombamento.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Foto: Leo Boi