Na última quarta-feira (05/11), cerca de 50 alunos das escolas municipais Doutor Pedrosa, de Santo Antônio do Leite, e Monsenhor Rafael, de Miguel Burnier — distritos de Ouro Preto — participaram de uma visita de campo à RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Fazenda Nascer, no distrito de São Bartolomeu. A atividade marcou a etapa final do projeto “Catálogo de Espécies da Fauna e Flora – Ouro Preto”, desenvolvido ao longo dos anos de 2024 e 2025.

A iniciativa é uma realização do Instituto Pé de Urucum, com apoio da Plataforma Semente – CEMAIS do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), da Prefeitura de Ouro Preto (por meio das Secretarias de Meio Ambiente e Educação), da RPPN Fazenda Nascer e das escolas municipais participantes. O projeto também contou com o apoio e participação de membros do Subcomitê Nascentes, vinculado ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas).

Durante dois anos, estudantes, professores e a equipe técnica do Instituto Pé de Urucum realizaram levantamentos e registros da biodiversidade local, identificando 160 espécies de fauna e flora nas áreas do entorno das escolas e da própria reserva. O resultado será lançado oficialmente nos dias 18 e 19 de novembro, durante o seminário final do projeto, com o lançamento do Catálogo de Espécies da Fauna e Flora – Ouro Preto, nas duas escolas envolvidas.

Oásis no Alto Velhas

A visita de campo começou logo cedo, com recepção aos convidados e apresentação dos produtos do projeto — o catálogo físico, o catálogo virtual e a continuidade das ações de registro pós-projeto. Em seguida, os participantes percorreram uma trilha pela RPPN, conhecendo pontos onde foram instaladas armadilhas fotográficas que registraram diversas espécies que habitam ou transitam pela região. O encontro foi finalizado com uma roda de conversa e troca de impressões sobre o trabalho realizado.

Para Derza Nogueira, coordenadora do projeto pelo Instituto Pé de Urucum, a ação foi além do aprendizado técnico. “O objetivo foi promover a conscientização dos estudantes do ensino fundamental, de seus respectivos educadores e, indiretamente, dos moradores, por meio de levantamentos e estudos da biodiversidade com base na observação coletiva, no fortalecimento do sentimento de pertencimento, no entendimento do ambiente em que vivem e nas consequências decorrentes da não conservação ambiental e patrimonial.”

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A RPPN Fazenda Nascer, local da visita, está situada no entorno da Floresta Estadual do Uaimii, unidade de manejo sustentável, e integra a Área de Proteção Ambiental Estadual Cachoeira das Andorinhas. Criada há 45 anos, a reserva conta com 120 hectares, sendo 90 de Mata Atlântica preservada, e recebeu em 2012 o título de reconhecimento e perpetuidade pela SEMAD e pelo IEF.

O proprietário da fazenda, Ronald Guerra, que também é membro do Subcomitê Nascentes e vice-presidente do CBH Rio das Velhas, destacou o papel da RPPN na conservação e na educação ambiental. “A RPPN Fazenda Nascer visa perpetuar a conservação de seus 120 hectares, sendo 90 de Mata Atlântica preservada. A fazenda, que existe há 45 anos, busca promover a educação ambiental através do ecoturismo, recebendo escolas, universidades e pesquisadores. O objetivo é oferecer um exemplo de conservação, melhorar a qualidade de vida e discutir políticas de preservação, contando com parcerias para estudo da fauna e flora. O legado é a preservação do local para as futuras gerações.”

Para Raymundo Neto, coordenador da sociedade civil no Subcomitê Nascentes, a experiência deixou marcas duradouras nos participantes. “Um projeto importante em vários aspectos. A experiência dos alunos em campo observando a fauna e a flora da região onde vivem é uma excelente forma de trabalhar a educação ambiental, além de despertar os estudantes para a iniciação científica. O projeto também deixa um legado que é a construção do catálogo das espécies encontradas na região, que pode ser ampliada a partir da metodologia aplicada neste projeto.”

Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Divulgação Instituto Pé de Urucum