Novas medições confirmam: números de vazão do Rio das Velhas estavam abaixo da realidade

19/09/2022 - 11:25

Com um certo alívio, os integrantes do Grupo Gestor de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão) analisaram, em reunião realizada nesta sexta-feira (16), os novos dados de medição da vazão do Rio das Velhas na altura da captação da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) em Bela Fama, distrito de Honório Bicalho, Nova Lima.


O Convazão, liderado pelo Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), é composto também por IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), SAAE Itabirito, além de Copasa, Cemig e das mineradoras Vale e AngloGold Ashanti, que possuem barramentos de água no alto curso do rio.

Uma das iniciativas do Grupo, adotada no encontro passado, foi promover reunião entre técnicos da Copasa, do IGAM e da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), que mantém estações de medição em Honório Bicalho e Rio Acima, para alinhar suas aferições.

Segundo José Alexandre Coelho, da CPRM, novas medições indicaram “13,94 m3/s em Rio Acima, a montante de Bela Fama, no dia 12 de setembro, e 7,66 m3/s em Honório Bicalho, a jusante, no dia 9, mais do dobro da vazão residual medida um mês antes.

Os números ainda precisam ser validados internamente pela CPRM antes do envio definitivo dos novos dados à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), mas Coelho afirmou “não ver obstáculos em antecipá-los aos membros do Convazão” e explicou: “as duas estações foram fortemente afetadas pelas cheias do início do ano e recuperadas fisicamente somente em maio”. Isso teria afetado a medição dos últimos meses, forçando a revisão dos cálculos.

O que os olhos veem

Renato Constâncio, vice-presidente do CBH Rio das Velhas, lembrou que as informações “batiam com as impressões trazidas ao Convazão” por Josiene Perdigão, da Copasa, que monitora o rio desde 2014 em Bela Fama e já no mês passado suspeitava que “a vazão informada não correspondia à realidade”.

De acordo com Roberto Alves, também da Copasa, “as medições da Copasa de descarga líquida a jusante confirmam” o cenário. Kênia Guerra, da AngloGold, acrescentou: “Nossa curva praticamente dobrou em Rio de Peixe”.

Constâncio ressaltou a necessidade de “dinamizar a coleta de informações” e alertou: “o período chuvoso pode causar transtornos nos pontos de medição”. Saudando o trabalho em equipe, registrou “Que bom que tem o Convazão! Percebemos as inconsistências e tomamos as medidas para a coisa andar”.

Alves completou: “Atuamos muito bem”, reunindo “a visão operacional da Josiene, a nova curva-chave da AngloGold, a CPRM, que veio nos ajudar a atualizar os dados e as medições da Copasa a jusante”. Para ele, “essa melhoria constante na gestão é natural”.

Constâncio, comentando recente reunião entre as diretorias do CBH Rio das Velhas e do CBH Rio São Francisco, relatou: “Eles não sabiam do nosso trabalho, da nossa Sala de Situação, e vão nos convidar para o Encontro dos Comitês Afluentes, no fim do ano, para contar a experiência do Convazão”.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Paulo Barcala
*Foto: Ohana Padilha