Reunião apresenta primeiros resultados de programa na Bacia do Rio Maracujá

08/11/2023 - 15:08

Localizada quase inteiramente em Ouro Preto, a microbacia do rio Maracujá sofre com voçorocas e com despejo de esgoto. Com extensão de cerca de 145 km², ela é grande contribuinte para o Rio das Velhas e para o abastecimento de Belo Horizonte. É sobre esse território que está sendo executado um extenso Programa de Conservação Ambiental e de Produção de Água. Iniciado em abril deste ano, os primeiros resultados dessa iniciativa foram apresentados em reunião virtual realizada na última quarta-feira (1º). Participaram da reunião representantes do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), da Eletrobrás, da Prefeitura de Ouro Preto, além da sociedade civil.


O coordenador do Subcomitê Nascentes e vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Ronald Guerra, lembrou o estado em que a microbacia do rio Maracujá se encontra. “A bacia parece uma paisagem lunar de tão degradada que está. É um território cuja degradação é uma característica geológica pela formação natural de voçorocas, mas que é ampliada pela interferência humana e pelo mal uso do solo”. Cachoeira do Campo, um dos distritos de Ouro Preto, é considerado o distrito com maior número de voçorocas do Brasil.

A empresa HIDROBR foi a responsável pelo diagnóstico da bacia. Segundo o estudo, já em fase de finalização, há 223 áreas degradadas, principalmente na forma de voçorocas, totalizando uma área de cerca de 327 hectares, representando 2,3% do território da área de estudo. Esses processos erosivos são responsáveis por grande aporte de sedimentos nos cursos d’água da bacia – impactando inclusive a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Rio de Pedras, operada pela CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), há cerca de 5 km da confluência do rio Maracujá com o Rio das Velhas.



Segundo Rafaela Amaral, representante da empresa, o objetivo do projeto é recuperar as áreas erodidas da bacia. “Estamos entregando cinco produtos: uma caracterização geral da microbacia, visitas de campo nas propriedades e caracterização das áreas degradadas, relatório de caracterização do solo dessas propriedades, levantamento das ações para recuperar esses passivos ambientais e a recuperação das áreas degradadas selecionadas. A previsão é concluir esse último produto agora em novembro”, conta Rafaela. Estão previstas ações de correção do solo, cercamento, terraceamento e plantio de mudas, a serem executadas por outra empresa.

Durante o diagnóstico, foram cadastradas 20 propriedades, com predominância de atividades econômicas de pecuária leiteira, com 44 áreas degradadas para recuperação e 35 nascentes. Para elas, serão desenvolvidos Projetos Individuais de Propriedades (PIPs) a fim de possibilitar a conservação do solo, das águas superficiais e subterrâneas e a recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs).

Leila, uma das proprietárias que serão beneficiadas com as ações de recuperação ambiental falou um pouco sobre suas expectativas. “Acho que essas são iniciativas fantásticas e eu fico muito grata por participar. O projeto foi muito bem-feito, eu estou muito ansiosa e com uma expectativa muito boa”, celebra.


Saiba mais sobre o Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água do CBH Rio das Velhas:


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Leonardo Ramos
*Foto: Bianca Aun