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Na última terça-feira (04), membros do Subcomitê Ribeirão Arrudas realizaram uma visita técnica para avaliar a situação das minas d’águas recuperadas pelo Programa de Valorização de Nascentes Urbanas, desenvolvido na década passada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) nas bacias hidrográficas dos Ribeirões Onça e Arrudas. Ao todo, nesta visita, foram inspecionadas cinco nascentes localizadas nos municípios de Contagem e Belo Horizonte.
Desde a execução do projeto, o CBH Rio das Velhas tem promovido visitas e ações complementares para garantir a continuidade do trabalho. A iniciativa surgiu da articulação entre os Subcomitês dos Ribeirões Onça e Arrudas, tornando-se o primeiro projeto de recuperação de nascentes urbanas do país. Graças ao envolvimento contínuo de membros dos Subcomitês e dos protetores das nascentes, os esforços para a preservação e manutenção dessas áreas seguem em andamento.
A coordenadora do Subcomitê Ribeirão Arrudas, Márcia Marques, destacou a importância da continuidade e do aprimoramento do projeto. “Quando começamos, não havia nada semelhante. Hoje, já existem outros projetos, mas seguimos buscando melhorias”, afirmou. Para ela, iniciar o ano com essa avaliação é essencial não apenas para identificar acertos e desafios, mas também para compreender as particularidades de cada nascente e os impactos do tempo, além de planejar novas ações, como a construção do Programa de Nascentes e Mananciais Urbanos.
Presente desde a primeira fase de execução do projeto, a conselheira do CBH Rio das Velhas e Subcomitê Ribeirão Arrudas, Cecília Rute, ressaltou que, enquanto a recuperação de nascentes em áreas rurais é um processo mais ágil, a revitalização em ambientes urbanos apresenta desafios maiores. Isso porque muitas dessas nascentes estão ocultas sob construções, quintais, calçadas e quadras, tornando a identificação ainda mais complexa. “A recuperação de uma nascente urbana é muito difícil, mas conseguimos avançar com esse projeto. Por isso, estamos aqui hoje, nesta visita técnica, para avaliar o estado das nascentes revitalizadas e planejar os próximos passos”, afirmou.
Cecília também destacou a necessidade de conscientização sobre a preservação da água nas cidades, apontando que muitos acreditam que quem vive em áreas urbanas não depende das nascentes em locais urbanos. “As pessoas drenam as nascentes para dar lugar a construções, mas sabemos o quanto a questão da água é crítica. Precisamos desenterrar e revitalizar nossas nascentes, acabar com a canalização dos córregos e permitir que as águas sigam seus cursos naturais”, afirmou. Para ela, o grande objetivo é a recuperação dos córregos urbanos, garantindo a preservação desse recurso essencial para vida.
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Cuidadora da Nascente
A Escola Estadual Cecília Meireles, no Barreiro, abriga três nascentes urbanas, cuja preservação é acompanhada de perto pela professora de Biologia Marcia Alves e outros funcionários da instituição. Márcia ressalta a importância da conservação ambiental não apenas para a escola, mas também para a comunidade do entorno. Segundo ela, como espaço público, a escola pertence aos alunos, às famílias e ao bairro, tornando essencial a manutenção de áreas verdes dentro da cidade. “Esse ambiente mais preservado tem um valor enorme para a população e as nascentes aqui presentes, que já foram sete, reduziram para cinco e agora são apenas três. Precisamos protegê-las, pois a escassez de água será um problema no futuro”, alertou.
Para a professora, a escola, como local de aprendizado e produção de conhecimento, deve assumir um papel ativo na continuidade do projeto, que ela considera um verdadeiro presente para a comunidade.
Continuidade
As áreas visitadas pelos membros do Comitê incluíram o Parque Ecológico Eldorado e um condomínio residencial no bairro Eldorado, além de uma nascente localizada no conjunto habitacional do Jardim Industrial, todos em Contagem. Em seguida, a equipe seguiu para as nascentes da Escola Estadual Cecília Meireles, no Barreiro, e da Mata do Havaí, na região Oeste de Belo Horizonte.
Graças às intervenções realizadas ao longo dos anos, somadas ao cuidado e à dedicação contínuos, praticamente todas as nascentes urbanas visitadas apresentam um alto nível de preservação, além de contribuírem para a produção de água nos cursos hídricos que deságuam na bacia do Rio das Velhas. Um dos casos mais notáveis de sucesso não apenas para a nascente, mas também para a região, é a nascente do Córrego do Arroz. Localizada em uma área residencial de Contagem, a nascente ocupa 4.800 m² e, antes da revitalização, era contaminada pelo esgoto lançado no local. Com os dejetos agora coleta, a nascente permanece preservada, contribuindo de forma significativa para a recuperação ambiental da área.
Quer saber mais sobre o Programa de Valorização de Nascentes Urbanas. Assista ao webinário:
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: João Alves