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Membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e do Subcomitê Ribeirão Jequitibá realizaram, na última terça-feira (25), uma visita técnica à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Matadouro, em Sete Lagoas. O objetivo foi conhecer as instalações e o funcionamento da unidade, que recebeu um investimento de aproximadamente R$ 130 milhões. A visita foi conduzida por técnicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e representantes do Consórcio Sete Lagoas.
Após enfrentarem paralisações ao longo da construção, as obras da ETE Matadouro foram concluídas, e a estação foi oficialmente inaugurada em dezembro de 2024. Desde então, o Subcomitê Ribeirão Jequitibá, que integra o Médio-Alto Rio das Velhas, vinha articulando essa visita como parte das ações estratégicas do Comitê para monitoramento e fortalecimento da gestão hídrica e saneamento básico na região. Até o momento, a ETE está recebendo 60% do esgoto da região urbana de Sete Lagoas, com vazão de 240 litros por segundo, tendo previsão de atender 100% da população até o final do segundo semestre de 2025.
A coordenadora do Subcomitê Ribeirão Jequitibá, Rose Calixto, ressaltou a relevância da visita e os benefícios da ETE Matadouro para a preservação dos recursos hídricos da região. “Ter essa oportunidade de conhecer de perto uma estação de tratamento de esgoto é algo muito significativo para nós. Até então, só ouvíamos falar, mas agora podemos ver essa grande obra funcionando, o que é de extrema importância para a população de Sete Lagoas”, afirmou. Além disso, Calixto entende que, como representantes do Comitê do Rio das Velhas, eles estão sempre na luta por qualidade e quantidade de água nos rios, córregos e riachos. “Saber que essa água será tratada e devolvida ao meio ambiente agrega um valor imenso. O que todos esperam é que esse sistema realmente funcione, atinja a meta de 100% de tratamento e beneficie tanto a sociedade urbana quanto às áreas rurais, por onde passam nossos rios e córregos”.
Durante a inauguração da ETE Matadouro, no final do ano passado, a conselheira Marley Lima expressou sua satisfação em ver a conclusão de uma obra idealizada no início do século 21. Agora, ao retornar para a visita técnica, Marley reafirma o compromisso do Comitê em acompanhar e apoiar as atividades da estação. “A visita de hoje foi fundamental. Os conselheiros puderam compreender a dimensão do projeto, sua proposta, desafios e a complexidade envolvida. Estar a par do que está acontecendo nos permite não apenas cobrar, mas também oferecer suporte sempre que necessário. Caso surjam dificuldades, o Comitê pode contribuir para agilizar processos e garantir que a ETE opere em sua melhor capacidade. Nosso papel é monitorar, buscar informações, saber quando precisamos ser mais incisivos na cobrança e, ao mesmo tempo, encontrar maneiras de colaborar. Por isso, essas visitas são essenciais e devem ocorrer com mais frequência”, destacou.
Embora já esteja recebendo esgoto, a Estação de Tratamento ainda não opera em plena capacidade. A ETE encontra-se nas etapas finais do processo de licenciamento junto à Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram).
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SAEE
O presidente do SAAE de Sete Lagoas, Flávio Henrique da Mata, agradeceu a visita do Subcomitê para o acompanhamento das etapas finais da ETE Matadouro. “Essa presença é muito significativa para o SAAE e para as cidades a jusante, por onde passa a bacia. É essencial que eles vejam a grandiosidade da obra e percebam que estamos próximos de colocá-la em funcionamento, iniciando a despoluição dos córregos e trazendo benefícios para a população. Aqui, temos o Córrego do Matadouro, que posteriormente se junta ao Ribeirão Jequitibá e, mais adiante, ao Rio das Velhas. Todo esse processo será de extrema importância para a região”.
Subcomitê Ribeirão Jequitibá
Instituído em maio de 2006, o Subcomitê Ribeirão Jequitibá é composto pelos municípios de Capim Branco, Funilândia, Jequitibá, Prudente de Morais e Sete Lagoas. O colegiado acompanha a Unidade Territorial Estratégica (UTE) Ribeirão Jequitibá, que abrange uma área de 624,08 km². Seus principais cursos d’água incluem o Ribeirão Paiol, Ribeirão Jequitibá, Córrego Cambaúba, Córrego Saco da Vida e Ribeirão do Matadouro.
A região conta com uma Unidade de Conservação, que ocupa parcialmente seu território, correspondendo a 0,11% da área total. Além disso, 21% do território é considerado prioritário para conservação, estando inserido na Província Cárstica de Lagoa Santa.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Foto: João Alves