No último dia 8, o Subcomitê Rio Taquaraçu, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Ouro Preto e outras instituições, promoveram uma visita técnica ao distrito ouropretano de Cachoeira do Campo. O encontro teve como foco apresentar as ações e projetos em desenvolvimento no Alto Rio das Velhas e reuniu representantes dos Subcomitês do Alto e Médio Velhas, além de analistas ambientais do Instituto Estadual de Florestas (IEF).

O encontro teve como objetivo promover o intercâmbio entre os Subcomitês e buscou compartilhar estratégias e apresentar ações em andamento nas Unidades Territoriais Estratégicas (UTEs) da bacia, como o Rio Taquaraçu e o Poderoso Vermelho.

Entre os temas apresentados, destacaram-se a regularização ambiental de imóveis rurais no âmbito do programa “PRA Produzir Sustentável”, coordenado pelo IEF e executado por uma rede de parcerias locais, e as iniciativas do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) na bacia do Rio Maracujá, financiadas com recursos da Cobrança pelo uso da água. As atividades contemplam ações integradas de conservação de solo e água aliadas à produção sustentável, demonstrando que é possível conciliar a recuperação e proteção de áreas legalmente exigidas com a diversificação produtiva, de forma ambientalmente responsável e respeitando as particularidades dos produtores rurais.

O membro do CBH Rio das Velhas e secretário de Meio Ambiente, Chiquinho de Assis, relembrou o trabalho de regularização ambiental que vem sendo realizado na bacia do Rio Maracujá. “Essa é uma ação conjunta, fruto do entendimento e da colaboração de diversos parceiros no território. Primeiro, desenvolvemos os Projetos Individuais de Propriedades (PIPs), financiados pelo CBH Rio das Velhas, e hoje vemos as ações desses projetos sendo executadas pela empresa Fortal em parceria com o município”, afirmou.

Segundo a analista ambiental do IEF, Janaína Mendonça, os esforços pela regularização ambiental já apresentam resultados concretos. Na APA Cachoeira das Andorinhas, mais de 120 proprietários se dispuseram a regularizar seus imóveis, enquanto, na bacia do Rio Maracujá, os 28 imóveis participantes do PIP também aderiram à iniciativa. Nessas áreas, a recuperação está em andamento para sanar passivos ambientais e cumprir a legislação, conciliando preservação e produção sustentável.

Janaína ressalta, contudo, que um dos maiores desafios do programa é a comunicação. “Muitas pessoas acreditavam que, ao realizar o Cadastro Ambiental Rural [CAR], já estavam regularizadas, sem perceber que isso representa apenas uma etapa do processo. Foi um grande avanço conseguir explicar às propriedades que é necessário avançar para as próximas fases da regularização ambiental”, afirmou.

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Visita Técnica

A programação foi dividida em dois momentos. Na primeira parte, foram apresentados dados e esclarecimentos sobre o “PRA Produzir Sustentável” e o “Bosque Modelo Mata Atlântica”. Na sequência, conselheiros, técnicos e convidados visitaram a propriedade rural de Edson Fernandes, que tem recebido ações voltadas à conservação e à recuperação ambiental.

Na propriedade foram executadas diversas intervenções voltadas à conservação do solo e da água. Entre elas, a construção de barraginhas e caixas secas para captação da água da chuva e redução de processos erosivos, associadas a técnicas como “bigodes” e lombadas para direcionar o escoamento.

Também foi feito o cercamento de áreas de regeneração e de plantio de mudas, além da correção e adubação do solo, com aplicação de calcário, gesso agrícola e fontes de fósforo para enriquecimento nutricional. As ações incluíram ainda a adequação de um trecho de estrada, garantindo melhor manejo da drenagem. Além disso, mudas foram utilizadas no replantio de áreas degradadas, mas a expectativa é que, em futuras parcerias, seja possível priorizar a produção local, favorecendo a aclimatação e a adaptação das espécies à região.

O produtor rural Edson Fernandes destacou o empenho da equipe durante as intervenções em sua propriedade. “O pessoal foi muito dedicado. Me consultaram em alguns pontos, mas tudo já estava resolvido antes da execução. O trabalho foi muito bem planejado”, relatou.

Para João Sarmento, representante do IEF, conselheiro do CBH Rio das Velhas e coordenador do Subcomitê Rio Taquaraçu, a visita técnica reforçou a importância de demonstrar alternativas socioambientais viáveis. “O que queremos mostrar é que é possível continuar produzindo em suas propriedades, mas incorporando novas tecnologias que respeitam o meio ambiente e garantem renda”, destacou.

Após a visita à propriedade no Rio Maracujá, os convidados se dirigiram a outra propriedade em Glaura, distrito de Ouro Preto, onde a programação da visita técnica foi concluída.

PRA Produzir Sustentável

O Programa PRA Produzir Sustentável, iniciativa do IEF, integra o Programa de Regularização Ambiental (PRA) de propriedades rurais da região. O objetivo é transformar o cenário local em relação aos recursos naturais, promovendo a recuperação de áreas de preservação permanente, reservas legais e áreas de uso restrito. No âmbito hídrico, a adesão ao programa fortalece os serviços ecossistêmicos, contribuindo para a segurança hídrica e climática da região. O programa conta com parceria técnica do CBH Rio das Velhas e apoio da mineradora Vale.

Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: João Alves