
Nos dias 5 e 6 de agosto, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará e o Comitê dos Afluentes do Alto São Francisco realizaram, em Santo Antônio do Monte, o 1º Fórum de Integração das Bacias Hidrográficas dos Afluentes do Alto São Francisco e do Rio Pará (SF1 e SF2). O encontro reuniu representantes do poder público, secretarias municipais, técnicos, especialistas, produtores rurais e membros da sociedade civil para debater os desafios e oportunidades da governança hídrica nos territórios da bacia do Alto rio São Francisco.
Durante dois dias, os participantes do 1º Fórum de Integração das Bacias Hidrográficas dos Afluentes do Alto São Francisco e do Rio Pará (SF1 e SF2) debateram ações que possam fortalecer os vínculos entre os comitês e os municípios da região, por meio da troca de experiências bem-sucedidas nas bacias.
A presidenta do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), Poliana Valgas, esteve presente em uma das mesas e ressaltou a importância de uma atuação cada vez mais articulada entre os Comitês, sobretudo diante da escassez de recursos e da complexidade dos desafios enfrentados.
Segundo ela, pensar os territórios de forma isolada já não atende às urgências da bacia do Velho Chico. “Nossa participação aqui teve como foco compartilhar as experiências do CBH Rio das Velhas em processos de integração, seja com o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, com os Comitês estaduais, o setor produtivo ou a sociedade civil. Mais do que nunca, precisamos somar esforços e pensar a bacia de forma sistêmica”, afirmou. Segundo Poliana, a integração permite otimizar recursos financeiros e humanos, além de reduzir custos operacionais e ampliar o impacto das ações ambientais.
Valgas ressaltou que a atuação conjunta entre Comitês e instituições é essencial para lidar com questões estruturais e sociais, como o saneamento rural, o enquadramento de corpos d’água e programas de recuperação ambiental. “Temos hoje uma oportunidade concreta de consolidar esse arranjo. A Agência Peixe Vivo passou a atuar como Agência de Bacia para todos os Comitês afluentes mineiros do Rio São Francisco, o que amplia nossa capacidade de trabalho em rede”, explicou a presidente.
Nesse contexto de fortalecimento da integração e ampliação do atendimento aos comitês mineiros, Rúbia Mansur, diretora-geral da Agência Peixe Vivo (APV), ressaltou a relevância do momento. Segundo ela, a discussão ocorreu em uma fase especialmente estratégica, já que a APV passou a ser responsável pela gestão de todos os Comitês afluentes mineiros da bacia do São Francisco — e a integração entre eles tem sido tratada como prioridade nos planejamentos orçamentários. “A integração traz inúmeros benefícios, como a otimização de recursos, o fortalecimento político e, principalmente, o aprimoramento da gestão hídrica do São Francisco. A Agência Peixe Vivo se orgulha em participar dessa construção e somar esforços para que essa integração se concretize de forma efetiva”.
Representando o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco (CCR Alto SF), Altino Rodrigues, destacou que a proposta do evento é tornar visível um trabalho de integração que já vem sendo feito há muito tempo. “O São Francisco já atua na perspectiva da integração entre os territórios há bastante tempo, mas muitas vezes isso não é percebido. Quando SF-1 e SF-2 se reúnem para mostrar suas ações, fica evidente que a maioria dos investimentos realizados nesses territórios foi feita por meio do Comitê do São Francisco, com foco na integração. Há uma compreensão clara dentro do comitê de que não existe o Grande Rio São Francisco sem seus afluentes. Por isso, investimos fortemente em todos os territórios, com uma visão sistêmica e ecológica da bacia como um todo”, afirmou.
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Boas práticas e experiências exitosas
Entre as iniciativas destacadas pela presidente do CBH Rio das Velhas durante a sua participação estão o Programa de Saneamento Rural em parceria com o CBHSF, o Programa de Conservação e Produção de Água do Rio Maracujá, que começou com recursos do Comitê e hoje agrega novos parceiros; e o PRA Produzir Sustentável. “Essas experiências mostram que é possível alcançar escala quando deixamos de atuar de forma fragmentada”, concluiu.
Para Poliana Valgas, o Fórum promovido pelos Comitês SF-1 e SF-2 representa um chamado coletivo. “É hora de construir uma gestão hídrica mais cooperativa, eficiente e comprometida com o futuro do Velho Chico e seus afluentes”, afirmou.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: João Alves