A Expedição SOS Rio Vermelho, que pretende percorrer este importante curso d’água da UTE (Unidade Territorial Estratégica) Rio Cipó, em junho deste ano, ganhou, desde já, contornos de aventura: uma equipe de canoístas, liderada por representantes do Subcomitê Rio Cipó, fizeram uma primeira descida pelo rio a bordo de caiaques a fim de mapear os principais desafios, obstáculos e condições para navegação.

A engenheira ambiental e sanitarista da prefeitura de Jaboticatubas e coordenadora do segmento de poder público do Subcomitê Rio Cipó, Yasmin Maia Maciel, foi uma das que desceu o Rio Vermelho, acompanhada da equipe da Bambu Aventura, que ofereceu apoio à iniciativa. Ela destacou que todo o trecho foi mapeado, inclusive com a marcação de pontos em GPS. “Durante todo o percurso, nós encontramos muitos pontos com cercas com arame atravessando o rio. Observamos também bombas de captação de água, além de muito lixo – garrafas, latas, plásticos. A gente tentou catar o máximo possível”, disse.

A descida pelo Rio Vermelho teve início na altura da localidade de Curralinho e terminou no encontro com as águas do Rio Jaboticatubas – um percurso de aproximadamente 30 km. Ainda segundo Maciel, as condições de navegação variam conforme as condições ambientais do curso d’água. “Observamos que ele [Rio Vermelho] está com uma grande vazão, embora em alguns pontos está muito assoreado, sem mata ciliar. Algumas vezes a gente teve que carregar os caiaques, foi uma dificuldade no percurso”, contou.

Expedição termina no encontro das águas entre os Rios Vermelho e Jaboticatubas (à direita). Yasmin Maciel, do Subcomitê Rio Cipó, diz que alguns pontos do percurso estão assoreados. (Créditos: Bianca Aun)

A Expedição SOS Rio Vermelho é uma iniciativa da prefeitura municipal de Jaboticatubas e Associação Amanu – Educação, Ecologia e Solidariedade, e conta com apoio do Subcomitê Rio Cipó, Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), MPE (Ministério Público Estadual), EMATER-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais) e Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

A caravana contará com ações de georreferenciamento, diagnóstico participativo, execução coletiva de técnicas de recuperação dos mananciais do Rio Vermelho, cursos, oficinas e atividades culturais. Vale destacar que o planejamento para a expedição começou ainda em 2017, com a doação de mudas para reflorestamento do manancial – vindas do Viveiro Langsdorff, do CBH Rio das Velhas – e o cadastramento das pessoas interessadas em participar da iniciativa. “O objetivo é mobilizar toda a população da micro-bacia do Rio Vermelho e fazer um diagnóstico da situação do rio, incluindo uso do solo, áreas degradas, áreas de recarga, nascentes e APP [Áreas de Preservação Permanente]. Ao final, a intenção é bolar um planejamento de ações de acordo com a necessidade de cada local”, concluiu Yasmin Maia Maciel.

O território

A UTE Rio Cipó localiza-se no Médio Baixo Rio das Velhas e é composta pelos municípios de Baldim, Congonhas do Norte, Jaboticatubas, Presidente Juscelino, Santana de Pirapama e Santana do Riacho, em uma área de mais de 2 mil km². Caracteriza-se por ser uma belíssima região, com cachoeiras e lugares com esplêndidas formações rochosas. O Rio Cipó é o contribuinte de melhor qualidade de água e maior diversidade de peixes do Rio das Velhas. A unidade tem como principais rios o Cipó, com 252,12 km de extensão, além do Ribeirão Soberbo, Córrego da Lapinha, Córrego Rio Preto, Córrego Mata Capim e Rio Parauninha.

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