Projetos são destaques no 1º dia do Encontro de Subcomitês

27/11/2024 - 19:20

Sob a aura de João Guimarães Rosa, um dos filhos mais ilustres da Bacia do Rio das Velhas, teve início nessa quarta-feira (27), em Cordisburgo, terra natal do escritor, o 12º Encontro de Subcomitês do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas). Realizado a cada ano em uma porção diferente do território, o encontro tem o objetivo de reunir os representantes das sub-bacias para aprimorar os processos da gestão participativa, trocar experiências e discutir ações prioritárias.


Em 2024, a proposta do Encontro de Subcomitês – que vai até a próxima sexta-feira (29) – é apresentar e discutir programas e projetos de conservação ambiental, a serem desenvolvidos e em desenvolvimento nos territórios, buscando aprimorar oportunidades para os Subcomitês.

Um dos anfitriões do evento, o coordenador do Subcomitê Tabocas e Onça, Guilherme Miranda da Silva, representante da prefeitura de Cordisburgo, deu as boas-vindas aos demais representantes dos colegiados. “É uma satisfação muito grande receber esse 12º Encontro de Subcomitês. Para a gente, é uma forma de buscar garantir a qualidade da água dos Ribeirões Onça e Tabocas, como também do próprio Rio das Velhas. A gente busca encontrar uma forma de manter a preservação para que outras pessoas possam desfrutar desse bem tão precioso que é a água, que está em grande escassez já, devido às mudanças climáticas”, falou.

Ações conservacionistas

Neste primeiro dia, o evento contou com apresentação dos programas e projetos de recuperação hidroambiental promovidos no âmbito do CBH Rio das Velhas pela Agência Peixe Vivo. Jaqueline Fonseca, gerente de projetos interina da Agência, apresentou um balanço de todos os projetos desenvolvidos no território com recursos oriundos da Cobrança pelo uso da água.

O 12º Encontro de Subcomitês, nesta quarta-feira, teve também apresentação da Plataforma Semente, ligado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que recebe projetos de relevância socioambiental apresentados por instituições do terceiro setor, com a utilização de um sistema virtual de amplo acesso em Minas Gerais. Nesse contexto, o Semente busca garantir democratização, transparência e segurança jurídica aos Promotores de Justiça na destinação de recursos oriundos de Medidas Compensatórias Ambientais, que ajudam a viabilizar projetos de defesa do meio ambiente natural, cultural e urbanístico, além de socioambientais e outros.

Conceição Lima, do Subcomitê Carste, representante da ONG Lagoa Viva, contou sobre a boa parceria estabelecida junto à plataforma, a partir do Projeto Rede Asas do Carste. Aprovado ao final de 2023 pelo Instituto Pé de Urucum, o projeto surgiu a partir de um edital com foco na região cárstica de Lagoa Santa, ao qual os membros do Subcomitê Carste viram a oportunidade de submeter o projeto oportunizando a experiência obtida com a realização do projeto Rede Asas do Carste. “A parceria foi então uma continuidade desse projeto que já tinha acontecido numa outra versão. Uma maneira de ampliar o conhecimento sobre o Carste nos sete municípios que a gente teve presente, divulgando o que é o Carste, plantando uma sementinha de curiosidade para que esse conhecimento se ampliasse dentro de cada escola que a gente passou”, contou Conceição.

A proposta consistiu na realização da atividade em sete escolas dos municípios de Vespasiano, Lagoa Santa, São José da Lapa, Pedro Leopoldo, Confins, Matozinhos e Prudente de Moraes. Em cada escola foram realizadas cinco oficinas simultâneas com temas associados a região cárstica para uma média de aproximadamente 120 alunos em cada escola e cerca de mil alunos atendidos ao longo do ano de 2025.

Sua colega Márcia Lopes, dos Subcomitês Carste e Ribeirão da Mata, que também participou ativamente da iniciativa, vê com bons olhos novas parcerias com a plataforma Semente. “Sem dúvida nenhuma, nós estamos cheios de ideias para submeter projetos da própria ONG Lagoa Viva na plataforma”, revelou.


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Subcomitês em ação

Ao final, a dinâmica ‘O que nós movimentamos?’ levou os representantes das sub-bacias a refletirem sobre os projetos e demandas que têm sido desenvolvidos em cada umas porções da bacia. Na Unidade Territorial Estratégica (UTE) Nascentes, no Alto Rio das Velhas, um dos coordenadores do colegiado, Paulo Barcala, detalhou o que tem movimentado o Subcomitê.

“Uma das ações mais significativas é um projeto de grande monta, que visa a recuperação ambiental, produção e conservação de água no Alto Rio Maracujá. É um projeto que o CBH Velhas está financiando inteiramente sozinho e que é vital para região, uma região marcada pelas voçorocas, com grande assoreamento. Com esse projeto a gente espera recuperar o Rio Maracujá, que responde por boa parte do assoreamento que vai acabar na represa de Rio de Pedras”, contou.

Para além do projeto financiado com recursos pela Cobrança pelo uso da água na bacia do Rio das Velhas, Barcala falou sobre as articulações que o Subcomitê Nascentes tem promovido com os atores locais. “Uma outra coisa muito importante que a gente está tentando construir é um programa de integração das ações no território, juntando as ações da sociedade civil, dos governos municipais de Itabirito e de Ouro Preto, e das empresas que atuam na região. A ideia é a gente conseguir conhecer, mapear as ações, poder integrar, ganhar em escala, em economia e em eficiência dos projetos hidroambientais”, revelou.

O 12º Encontro de Subcomitês continua nessa quinta (28) e sexta-feira (29), com apresentações da SEMAD (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), IEF (Instituto Estadual de Florestas), FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), além de uma Trilha Ecoliterária e visita de campo à Gruta do Maquiné.


Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Leo Boi