Na última quinta (23), coordenadores dos Subcomitês se encontraram em Curvelo para a última rodada dos “Diálogos Regionais”, ação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) que, através de sua Diretoria e equipe de mobilização social, percorreu toda a bacia com o objetivo de ouvir os coordenadores dos Subcomitês. Foram três encontros ao todo, e, este último, contou com representantes dos territórios das regiões Médio Baixo e Baixo Rio das Velhas.
Regiões mais próximas à foz do rio costumam sofrer mais com a degradação que ocorre desde a nascente do curso d’água e ao longo do seu percurso. Para entender uma bacia como a do Rio das Velhas, de quase 28.000km² e que conta com 51 municípios, ouvir os Subcomitês é essencial, pois são as pessoas que os compõem que podem ajudar a montar o quebra-cabeça do diagnóstico do Velhas e seus afluentes, uma vez que elas estão vivenciando as questões hidroambientais bem de perto. Nesse sentido, os coordenadores do Médio Baixo e do Baixo Rio das Velhas são um bom termômetro da situação da bacia, seja do que o rio levou pelo caminho como das questões próprias de sua região.
Durante os debates, eles trouxeram à mesa as suas vocações, desafios e ações de valorização da bacia. Pedro Silvério, representante do Subcomitê Rio Cipó, destacou o sucesso dos projetos hidroambientais nas Unidades Territoriais Estratégicas (UTEs) Peixe Bravo e Rio Cipó e contou o que ouviu da população local: “Na UTE Peixe Bravo, escutei dos ribeirinhos que os projetos hidroambientais foram muito bem executados e tiveram bons resultados. Na UTE Cipó, apenas dois anos após a execução do projeto, os agricultores conseguiram plantar sem nenhuma perda, o que não acontecia antes. Considero que as ações realizadas foram bem-sucedidas quando deu resultado na visão dos ribeirinhos, da população local”.
Entre os desafios, os Subcomitês relataram que enfrentam muita dificuldade com o parcelamento irregular do solo, o que afeta os mananciais diretamente, pois, junto com a ocupação humana desordenada vem também o esgoto sem tratamento e a ameaça às nascentes. Há também desafios na região do rio Paraúna no que diz respeito à construção de três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) que podem inundar cavernas e fazer desaparecer sítios arqueológicos.
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A Equipe de Mobilização preparou duas nuvens de palavras frutos da discussão. Na primeira, resultado do debate sobre as percepções, sejam elas negativas ou positivas dos Subcomitês, destacam-se as palavras: “água”, “divulgação” e “agricultura”. Na segunda, dessa vez falando sobre os projetos, as palavras mais mencionadas foram “TDR” (sigla para Termo de Referência), “APA” (que significa Área de Proteção Ambiental”) e “fiscalização”, demonstrando o grande interesse dos Subcomitês na preservação hidroambiental.
Em seguida, Victor Sucupira, coordenador técnico da Agência Peixe Vivo, apresentou o Plano Diretor de Recursos Hídricos (PDRH) da bacia do Rio das Velhas, explicando como são feitos os levantamentos de dados para a confecção do TDR, os critérios de priorização da execução de projetos e fazendo um panorama da situação nas regiões do Médio Baixo e do Baixo Rio das Velhas.
“Este é um momento de interação, de integração e de fortalecimento e troca de experiências entre os Subcomitês. O objetivo era que discutíssemos problemas e pressões de cada território, bem como as ações positivas que já aconteceram. Tudo isso vai nos ajudar a conhecer melhor a realidade das microbacias e fornecer ao Comitê os subsídios para atuar sobre essas demandas”, avaliou Poliana Valgas, presidenta do CBH Rio das Velhas, ao final do evento.
Para Carlos Henrique de Melo, coordenador do Subcomitê Rio Paraúna, ter participado do encontro abriu novas possibilidades de atuação na UTE de que faz parte, na mesma medida em que possibilitou um reencontro presencial há muito tempo desejado. “A nossa participação foi de suma importância. Aqui podemos perceber como, entre os Subcomitês, temos tantas coisas em comum e, ao mesmo tempo, diversas particularidades. Estávamos carentes desse contato presencial perdido durante a pandemia. Depois desta troca de experiências, estou saindo daqui com novas ideias de ações para a UTE Paraúna”, celebrou.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Leonardo Ramos
Fotos: Leonardo Ramos