O Sistema Bela Fama, em Nova Lima, na Grande BH – responsável pelo abastecimento de água de cerca de 60% dos municípios da Região Metropolitana – registrou 10,3 m3/s na quarta-feira (30), segundo dados da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). Caso a vazão permaneça durante sete dias consecutivos abaixo de 10,48 m3/s, o Rio das Velhas entra em estado de atenção.
Diante disso, o Grupo de Controle de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão), liderado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), reuniu-se de forma extraordinária, nesta quinta-feira (01), para definir estratégias para manter a estabilidade hídrica da bacia.
O vice-presidente do CBH Rio das Velhas, Renato Júnio Constâncio, chamou a atenção para a gravidade da situação. “Entramos em um estado crítico e as previsões de chuva de acordo a área de meteorologia da Cemig são apenas para o final do mês de outubro, no final do período da estiagem. Por isso, solicitamos à mineradora AngloGold a liberação de 1 m3/s a mais, liberando assim 4 m3/s de vazão de seus reservatórios para a bacia do Rio das Velhas”.
O representante da AngloGold Ashanti no Convazão, Weider de Oliveira, informou que a manobra foi autorizada pela presidência da mineradora e que será mantida pelos próximos 30 dias.
O secretário do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano, chamou a atenção para o risco que a baixa vazão representa para a segurança hídrica da RMBH e para o Rio das Velhas. “Temos uma situação de crise e precisamos de esforço de todos os lados. Não dá para a Copasa continuar a retirar 7 m3/s para abastecer a RMBH, pois o rio precisa continuar a fluir até a sua foz. Cabe um esforço para limitar o consumo. A água do Rio das Velhas não é só para abastecimento da RMBH. Nós do Comitê precisamos defender o uso múltiplo e assegurar água em quantidade e qualidade para toda a bacia”, esclareceu.
Polignano finalizou dizendo que a crise hídrica na bacia do Rio das Velhas não é decorrente da falta de chuvas. “O problema do Rio das Velhas não tem só a ver com chuva, visto que esse ano o período chuvoso foi satisfatório. Estamos perdendo resiliência do sistema, pois não estamos conseguindo armazenar, o que coloca a RMBH e o Rio das Velhas em insegurança hídrica. Também estamos perdendo a capacidade de produzir água no Alto Velhas. Por isso, precisamos avançar em programas como o Pró Mananciais e discutir outras estratégias para a segurança hídrica do Rio das Velhas e para a capital”, finalizou.
O Pró Mananciais é um programa da Copasa responsável por mobilizar a comunidade e parceiros estratégicos no engajamento para proteger e conservar mananciais utilizados pela companhia para abastecimento público. O trabalho é realizado por meio do cuidado da proteção e da recuperação das águas, desde a sua nascente até seu ponto de captação.
O Convazão se reunirá na próxima semana, no dia 07 de outubro, para continuar a analisar a vazão do Rio das Velhas no período de estiagem.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiza Baggio