Vale apresenta situação das barragens de Nova Lima e Subcomitê propõe criação de CPI para investigar licenciamentos

13/03/2019 - 15:02

Na última terça-feira (12), integrantes do Subcomitê Águas da Moeda, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), estudantes e professores da faculdade Milton Campos e moradores de Nova Lima se reuniram para ouvir da Vale qual a situação atual das barragens presentes na Unidade Territorial Estratégica (UTE) Águas da Moeda. Além da apresentação, o Subcomitê propôs a criação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os licenciamentos ambientais.

Na apresentação, conduzida pelos funcionários da Vale, foram destacadas as barragens construídas a montante e outras que podem ter algum tipo de influência no município de Nova Lima. Atualmente, a empresa é responsável por dez barramentos a montante, localizados em Nova Lima, Ouro Preto, Belo Vale, Congonhas e Brumadinho, que deverão ser descomissionados em até três anos, após determinação da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad).

Veja a apresentação da Vale sobre as barragens localizadas território de Nova Lima:

 

Veja a apresentação da Vale sobre as barragens que afetam Nova Lima, mas que não estão no território:

 

Desde que foi realizada a evacuação de cerca de 200 moradores de Macacos, distrito de Nova Lima, em 16 de fevereiro, após a Vale acionar preventivamente o nível 2 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) referente a barragem B3/B4 da mina Mar Azul, os habitantes da região permanecem inseguros quanto ao risco de rompimentos.

Veja abaixo o mapa da área de evacuação das barragens B3/B4 que provocou a retirada da população que mora na área:

Megabarragem

Outro ponto citado na reunião e que tem gerado grande preocupação é a implantação da megabarragem de rejeitos de minério de ferro Maravilhas III, da Vale, em Itabirito, que tem o volume 12 vezes maior que a mina Córrego do Feijão, que rompeu em Brumadinho. O Ministério Público de Minas Gerais atualmente luta para tentar suspender definitivamente a abertura dessa barragem projetada para receber 108,86 milhões de metros cúbicos, o que afetaria, caso rompesse, pelo menos dois condomínios e quatro propriedades rurais.

CPI dos licenciamentos ambientais

Preocupada com os impactos gerados pela mineração às populações dos municípios localizados próximos as mineradoras, a moradora de Nova Lima e conselheira do Subcomitê Águas da Moeda, Camila Alterthum, chama a atenção sobre a falha dos licenciamentos ambientais que não atendem o impacto social gerado pela atividade exploratória. “São inúmeros os passivos. Mesmo quem não foi soterrado por lama ou teve um parente, somos todos muito atingidos pela forma como a mineração acontece no território e nesses processos todos [de licenciamento ambiental] fica muito claro que as necessidade das populações não aparecem”.

Vista a importância de rever o conteúdo e a forma como são praticados os processos de licenciamento, ficou determinado na reunião que o Subcomitê Águas da Moeda irá encaminhar ao CBH Rio das Velhas o pedido para que seja demandada para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a criação da CPI de Licenciamentos Ambientais.

Veja as fotos da reunião:

 

Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Michelle Parron
Fotos: Michelle Parron
Mapa: Site da Vale