A região do Alto Rio da Velhas, de onde sai a água que abastece quase metade da Região Metropolitana Belo Horizonte, terá chuvas abaixo da média nos próximos meses. O prognóstico foi apresentado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) em reunião do Grupo de Controle de Vazão do Alto Rio das Velhas (Convazão), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), realizada no dia 21 de maio, por videoconferência.
Segundo a previsão meteorológica da Cemig até o mês de agosto, o Alto Rio das Velhas não terá chuvas significativas – ou seja, acima de 25 mm. A região terá menos de 50 mm de chuva por mês até setembro que é o pico máximo da estação seca. A previsão é que apenas em novembro ocorra chuvas significativas.
O Rio das Velhas já se encontra em estado de atenção, que antecede a situação crítica de escassez hídrica e seu Estado de Alerta, conforme regulamenta o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). Desde abril, a vazão do rio em Honório Bicalho, onde se encontra a captação de água da Companhia de Saneamento de Minas gerais (Copasa) responsável pelo abastecimento da RMBH, apresenta níveis preocupantes. Nos últimos sete dias (17 a 23/05), a vazão variou de 13,9 m3/s a 11 m3/s, neste ponto.
De acordo com a estimativa da disponibilidade hídrica do Alto Rio das Velhas, apresentada pela Copasa na reunião do Convazão, a vazão do manancial pode chegar a 8,1 m3/s no mês de setembro em Honório Bicalho. O melhor cenário prevê vazões entre 11,34 m3/s e 12,31 m3/s, nos meses de agosto e setembro. Os dados são referentes à curva de recessão do Alto Rio das Velhas que é uma metodologia que faz a estimativa da vazão para os próximos meses, por meio da série histórica, criando três cenários com os anos mais representativos e semelhantes ao atual.
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Ainda estamos no mês de maio, no início do período de estiagem e não temos previsão de chuvas de intensidade maior no Alto Rio das Velhas até setembro. A vazão já alcançou níveis críticos de 11 m3/s por diversos dias. A Copasa retira em torno de 6,5 metros cúbicos do Rio das Velhas para atender a RMBH. Com isso sobra pouca água para correr a jusante”,
diz o secretário do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano.
Ele destaca que a situação é preocupante. “Mesmo com as chuvas que caíram no período chuvoso a situação é crítica cada vez mais cedo. Isso demonstra a perda de resiliência do rio e coloca a RMBH em uma situação de insegurança hídrica. Se não revertermos o quadro, não teremos rios. Precisamos alertar a população para o uso consciente da água, toda economia é válida”, finalizou Polignano.
O Convazão acompanha semanalmente a vazão do Rio das Velhas, com o intuito de pensar soluções para a segurança hídrica da RMBH.
Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio