Na última quinta-feira (06), conselheiros do Subcomitê Águas da Moeda e Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), representantes da Prefeitura de Nova Lima e integrantes de movimentos ambientais e da sociedade civil realizaram uma visita técnica à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. A estrutura passou por recente ampliação e já está em fase de pré-operação.
A visita foi precedida por uma reunião, na qual a Copasa expôs as ações que vem sendo realizadas e planejadas não somente para a ETE, mas em todo o Sistema de Esgotamento do Jardim Canadá – este acompanhamento é uma demanda antiga do Subcomitê Águas da Moeda. Dentre os problemas estão o lançamento de esgotos na rede pluvial, o que contamina as águas que vertem para a Estação Ecológica de Fechos, bem como o lançamento de efluentes não domésticos na rede de esgoto – cujo tratamento é responsabilidade dos particulares, mas, em muitos casos, não tem ocorrido.
Além disso, a ETE antiga estava subdimensionada, tendo em vista que o bairro cresceu mais do que esperado. Com a ampliação das estruturas da ETE, este problema será resolvido, o que deverá ser uma significativa contribuição para a qualidade das águas do Córrego Fundo, na bacia do Ribeirão Macacos.
A visita ocorreu também em meio às discussões sobre a revisão do Enquadramento dos corpos d’água na bacia do Rio das Velhas. A esse respeito, o Superintendente de Desenvolvimento Ambiental e Inovação da Copasa e conselheiro do CBH Rio das Velhas, Nelson Cunha Guimarães, reforçou que a Estação Ecológica de Fechos, onde a Copasa possui captação de água, é protegida por lei, garantindo o Enquadramento atual no interior da unidade de conservação.
Os equipamentos que fazem parte da ETE, como os reatores anaeróbios, filtros biológicos percoladores, decantadores secundários e centrífuga foram apresentados pelo gerente de Tratamento de Esgoto da RMBH, Saulo Nonato de Souza. Ele explicou como ocorre o processo de tratamento e ressaltou que a ETE opera com eficiência superior ao preconizado pela legislação ambiental vigente. “A ETE Jardim Canadá tem capacidade para tratar 50 litros por segundo (4,32 milhões de litros por dia), atualmente opera com vazão média afluente de 30 litros por segundo. Isso significa que está preparada para receber e tratar todo o esgoto gerado no bairro Jardim Canadá e região do entorno.”
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Além de detalhar o funcionamento da ETE, a visita também permitiu a apresentação dos resultados do trabalho desenvolvido pela equipe de mobilização social da Copasa. Isso porque uma das principais irregularidades ambientais no bairro é a conexão indevida de esgoto à rede pluvial. O supervisor de Mobilização Social da Gerência de Desenvolvimento Social, Diego Caldeira, explicou como é feito o trabalho de sensibilização da população. “A Equipe realiza um trabalho porta a porta e que muitas vezes encontra resistência por parte dos moradores. Buscamos sempre o diálogo e principalmente as parcerias, acreditamos que esse encontro servirá para tornar os participantes multiplicadores da informação e potencializar cada vez mais o processo de convencimento para que os moradores realizem a adesão e façam a conexão à rede coletora da companhia”.
Paulo Gonçalves, conselheiro do Subcomitê Águas da Moeda e representante da Ecoavis, avaliou a colaboração como estratégica. “É muito importante ter toda essa integração da Copasa, que é uma usuária e fornecedora de serviços importantíssimos para toda a população”, afirmou. Segundo ele, o objetivo principal dessa parceria é “poder trabalhar juntos na obtenção de resultados que sejam ambientalmente consistentes e ainda atender bem a população”, concluiu.
Também conselheiro do Subcomitê, representando o Instituto Bacia Viva, Rafael Aguilar reiterou a importância do encontro, que partiu de uma iniciativa do próprio Subcomitê para conhecer a ampliação da ETE. Ele avaliou que a visita confirma o “compromisso com o tratamento” e que “essa aproximação abre o diálogo” para ajustes técnicos e melhorias na qualidade da água. Para Aguilar, a interação direta é essencial para “acabar com a desinformação”, permitindo um melhor entendimento entre a sociedade civil e a companhia.
Frederico Almeida, representante da Vale no Subcomitê Águas da Moeda, destacou o impacto positivo da ampliação da ETE. Ele disse ver o projeto como um benefício direto para a comunidade local da bacia do Fechos. “Eu, como morador, estou muito feliz porque ela traz um ganho muito grande para a qualidade da água da bacia aqui, que deságua lá no Fechos”, afirmou.
Segundo a Copasa, a intenção agora é estabelecer uma comunicação contínua junto ao Subcomitê Águas da Moeda para manter um fluxo de informações constante e transparente entre a companhia, poder público e entidades da sociedade civil organizada.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Com informações de ASCOM Copasa
*Fotos: ASCOM Copasa
