
O 2º Fórum de Educação Ambiental pelo Clima de Contagem, realizado na última quarta-feira (24), mobilizou diversos atores comprometidos com a construção de territórios mais resilientes frente aos desafios das mudanças climáticas. Com programação diversificada e tendo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas) e o Subcomitê Ribeirão Onça como parceiros, o encontro reuniu estudantes, educadores, especialistas e representantes de instituições públicas e da sociedade civil para dialogar sobre práticas de Educação Ambiental (EA) e ações concretas em prol da sustentabilidade.
O período da manhã foi marcado por atividades práticas voltadas aos estudantes do Programa Com-vidas nas Escolas. A exposição itinerante “Rio das Velhas, Eu Faço Parte”, do Comitê, proporcionou um mergulho no contexto ambiental da região, enquanto as oficinas ofereceram espaço de aprendizado e troca entre os jovens participantes.
À tarde, os participantes foram recepcionados com uma apresentação cultural feita pelos alunos da Escola Municipal Professora Audrei Consolação Ferreira de Freitas Costa. Em seguida, autoridades municipais realizaram a abertura oficial do evento, destacando a importância da educação ambiental no enfrentamento às mudanças climáticas.
“A Educação Ambiental pode contribuir para a formação de valores e atitudes que são necessárias para o enfrentamento da emergência climática. Desde a mudança dos hábitos de consumo no cotidiano até estratégias de adaptação e sobrevivência em momentos de eventos extremos”, afirmou Sirlene de Almeida, da Secretaria de Meio Ambiente de Contagem e uma das organizadoras do evento.
Desafios da EA frente às mudanças climáticas
Um dos momentos centrais do evento foi a roda de conversa sobre os desafios da EA no atual cenário climático. A mesa reuniu nomes de destaque como o presidente do CBH Rio das Velhas, Valter Vilela; o professor Francisco Haas, da Dom Helder Câmara; a professora Andréa Carvalho, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais); e Geraldo Vítor de Abreu, da Secretaria de Meio Ambiente de Contagem.
Para Valter Vilela, a mobilização da sociedade por meio da Educação Ambiental é um passo essencial. “Considero que a Educação Ambiental é crucial em toda a bacia, especialmente neste momento em que estamos definindo um novo Enquadramento. A conscientização da população e dos gestores municipais e estaduais é essencial, e acreditamos que a Educação Ambiental, a mobilização e a conscientização desempenham um papel fundamental nesse processo”, afirmou.
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Experiências inspiradoras
Na sequência, foram apresentadas sete iniciativas exemplares de Educação Ambiental desenvolvidas em diferentes contextos, reforçando a diversidade de estratégias possíveis:
- Jornada Científica de Inovação Sustentável, com Camila de Oliveira Viana (BHTEC);
- Projeto Guardiões da Reciclagem, com Conceição Lima Lopes e Márcia Adriane Lopes, dos Subcomitês Carste e Ribeirão da Mata;
- Projeto Agostinianos Presentes na Comunidade, com alunos e professora do Colégio Santo Agostinho;
- Programa Com-vidas nas Escolas, com Sirlene de Almeida (SMADS Contagem);
- Projeto Doce Vivo, com Sandra Ramos de Almeida (Feito Novo);
- Projeto sobre mudanças climáticas e resiliência territorial, com Luciana Campos (Copasa);
- Projeto Educação Ambiental hoje, para existir amanhã, com Adriane Rodrigues (Educambie).
Uma das idealizadoras do projeto Guardiões da Reciclagem, Conceição Lima, destacou a relevância da experiência. “Eu considero uma oportunidade muito valiosa apresentar o projeto aqui, porque a iniciativa pode ser implantada em qualquer lugar. E a proposta dos guardiões é trabalhar com as crianças e jovens como multiplicadores de uma mudança de mentalidade. São oportunidades que podem ser usadas de várias maneiras. Para mim, o projeto estar nesse fórum, com falas e questionamentos tão bacanas, foi muito importante.”
Já sua parceira de projeto, Márcia Adriane Lopes, trouxe uma reflexão sobre a responsabilidade compartilhada da EA: “Após a Conferência Nacional do Meio Ambiente, uma das dez propostas priorizadas era exatamente essa, de trabalhar a educação ambiental e desenvolver essas ações a partir dos municípios. Porque isso não é uma obrigação somente do governo federal ou estadual. Isso é uma obrigação de todos. Ver Contagem realizando o 2º fórum falando sobre mudanças climáticas e educação ambiental é muito pertinente. Esse repensar o nosso modelo de consumo é compatível com a atual conjuntura climática. Já temos que rever o nosso consumo, porque a partir dessa avaliação, passamos a olhar diferente para o nosso território e entender que estamos diante de um organismo vivo, que é a nossa Terra.”
A última palestra do dia foi conduzida por Mônica de Azevedo Meyer, do Subcomitê Águas do Gandarela, que provocou reflexões sobre os caminhos da Educação Ambiental no Brasil e a urgência de integrar essa agenda às políticas públicas e às práticas pedagógicas.
Cada case trouxe contribuições valiosas para a construção de uma educação ambiental crítica, participativa e voltada à transformação dos territórios. “Considero que alcançamos um resultado muito positivo no Fórum ao proporcionar um espaço de valorização e troca de experiências de EA de diversas pessoas que estão comprometidas com o fortalecimento da Educação Ambiental em diferentes territórios”, concluiu Sirlene de Almeida.
Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Luiz Ribeiro
*Fotos: Miguel Aun