Subcomitês Nascentes e Itabirito unem esforços para revitalizar a bacia do Rio Maracujá

11/08/2021 - 11:14

Atentos à necessidade de revitalização do território, os Subcomitês Nascentes e Rio Itabirito uniram esforços para apresentar em conjunto a proposta de recuperação da bacia do Rio Maracujá, localizado no Alto Rio das Velhas, no âmbito do Programa de Conservação e Produção de Água do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas). Os membros dos Subcomitês se reuniram, no dia 06 de agosto, por videoconferência, para alinhar e deliberar sobre a demanda que será apresentada em conjunto ao Programa que foi lançado em junho deste ano.

A bacia do Rio Maracujá se encontra onde teve início o processo de colonização de Minas Gerais e vive em alerta contra a degradação ambiental provocada pelas voçorocas e poluição. Esse cenário de degradação motivou os Subcomitês a se unirem em prol da revitalização. O Programa de Conservação e Produção de Água selecionará quatro sub-bacias ao longo da bacia do Rio das Velhas para executar ações que maximizem o potencial de produção de água.

Para o integrante dos Subcomitês Nascentes e Itabirito, Ronald Guerra, a bacia do Rio Maracujá é complexa e necessita de revitalização. “A localização da bacia do rio Maracujá favoreceu dois polos básicos de desenvolvimento: a mineração de topázio imperial, como subsídio próprio, e a agropecuária, como celeiro do município de Ouro Preto. A nascente dessa sub-bacia é bastante degradada com a presença de voçorocas causadas pela mineração. A ocupação urbana e a ausência de sistema de tratamento de esgoto são outro problema. O custo deste passivo fica evidente, visto que o Maracujá é um dos primeiros poluidores do Rio das Velhas. Os impactos e a degradação sofridos em sua calha tem comprometido a biodiversidade e causada contaminação das águas”, afirmou.

Todo esse impacto atinge diretamente a represa Rio de Pedras, localizada em Itabirito, um dos poucos barramentos de água em uma região estratégica para o abastecimento da Grande BH. A barragem se encontra assoreada, operando a fio d’água, visto que todos os sedimentos da bacia do Rio Maracujá têm a represa como destino.


Saiba mais sobre a bacia do Rio Maracujá:


O coordenador do Subcomitê Nascentes Daniel Caria, que exerce a coordenação em conjunto com Nadja Apolinário, reforçou a importância da parceria entre os Subcomitês. “Para que tenhamos a qualidade e quantidade de água que a população do nosso território merece, precisamos integrar esforços. Nossa intenção é atuar em conjunto na bacia do rio Maracujá para melhorarmos as questões ambientais da região”, disse.

Programa de Conservação e Produção de Água

O CBH Rio das Velhas lançou, no dia 16 de junho, o Programa de Conservação e Produção de Água. A iniciativa consiste no desenvolvimento e execução de ações com o objetivo de maximizar o potencial de produção de água nas sub-bacias hidrográficas, a partir do planejamento e execução de Soluções Baseadas na Natureza (SBN).

Com duração de seis anos, o Programa de Conservação e Produção de Água aperfeiçoará o modelo de execução dos projetos hidroambientais, em vigor desde 2011, e será dividido em quatro etapas: hierarquização e seleção de microbacias; elaboração de projetos técnicos; implantação das intervenções; e monitoramento e assistência técnica.

A ideia é implantar o Programa em áreas definidas como prioritárias em complemento aos projetos hidroambientais que o Comitê já executa. O Programa de Conservação será construído em parceria com os Subcomitês. As bacias prioritárias serão apontadas pelos Subcomitês. Quanto maior for o nível de organização e de articulação dos atores presentes em um território, mais promissoras serão as ações executadas pelo Programa.

Veja também nossa matéria especial sobre a situação do Rio Maracujá:

 
Revista Velhas nº 13:
Quando falta solo também falta água

 


Assessoria de Comunicação CBH Rio das Velhas:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio